domingo, 4 de outubro de 2009

The prince of love. ( Parte I )



Ouvia-se passos pelo corredor longo e escuro.
Aflição.Medo.
Não sabia do que estava correndo,nem o motivo, mas seu subconsciente avisava-lhe de que era necessário tomar tal medida no momento.A frente, havia um lance de escadas da qual não se via o fim, era a única saída visível. Uma chance, um caminho.
No fim do trajeto sombrio e medonho, uma pequena porta de madeira encontrava-se ao lado de uma janelinha quebrada e velha, onde feixos de luz atravessavam a sala enorme, chegando um pouco antes de alcançar a parede.Algo movia-se na sombra, sem que se pudesse ver o rosto, ou alguma característica que pudesse proporcionar reconhecimento.Não havia nada.Os passos aproximavam-se cada vez mais rápido. Serena não conseguia abrir a porta ou a janela, seu medo aumentava cada vez mais com a velocidade dos passos. Seu coração os acompanhava, parecendo que saltaria pela garganta caso abrisse a boca.
Silêncio.
Os passos cessaram e uma presença forte ocupava a sala.Parecia que seu coração havia parado junto a eles, não sentia mais nada no momento, a não ser uma mão fria e pesada alcançar seus ombros. Assim que virou-se pra trás, viu dois grandes olhos brigando com a escuridão que havia ao seu redor. Tentava gritar, mas nada parecia sair de sua garganta. Assim que ele a soltou, caiu em seus braços, apertando-na forte, tão forte, que suas grandes unhas entraram em sua carne fazendo com que seu sangue começasse a escorrer por seu corpo, fazendo uma poça enorme abaixo de seus pés.
Ela não ligava. Aguentava sua dor sozinha, sem gritar, sem chorar. Não tentava soltar-se dos braços dele, simplesmente aceitava, quando sentiu algo entrar por suas costas e não aguentando mais, gritou.

_ O que aconteceu, Serena? - Sua irmã mais nova perguntou ao dispertar com os gritos.
_ Nada, nada mesmo. - Respondeu, tentando acalmar-se, mas seu coração não parava de acelerar cada vez mais.
_ Tente voltar a dormir então, Si, você tem aula amanhã cedo.
_ Ok.


5h40.
Serena levantava depois de mais uma noite em claro, em que teve algum sonho bizarro durante um pequeno intervalo de tempo.Não dormia direito, não comia direito, não vivia. Tudo estava de pernas pro ar, seus pais não largavam mais de seus pés, amigos indo embora, namoro terminando,escola prestes a acabar... Tudo parecia estar fora do lugar.Não conseguia mais se achar após uma longa busca dentro de si mesma, onde numa dessas, acabou por se perder em algum lugar do labirinto de caos que se formava a cada vez que o sol nascia.
Não aguentava mais. Não aguentava a vida, nem pessoas felizes, estava tornando-se uma pessoa amargurada e mesquinha, onde só visava o bem próprio e não dos outros, onde o material é mais importante que os sentimentos, onde não há lugar pra amor, carinho ou qualquer tipo de afeto.Estava tornando-se niilista junto com a frieza que congelava e diminuia seu coração a cada dia. Perguntava-se todos os dias onde estavam todos aqueles que um dia fizeram parte do seu cotidiano.Não achou resposta, apenas desgosto.Aqueles que restaram - se isto pode ser chamado de resto - Só criticavam, atormentavam, magoavam. Quando há limites humanos para determinadas coisas, algumas pessoas conseguem ultrapassar o limite normal da vida. Era o caso dela.
Tudo estava fora do limite, ultrapassado, enjoativo. Nada mudava, e não parecia que um dia mudaria.O vazio que foi juntando-se ao longo do tempo, aumentava a cada badalada do relógio que havia em uma igreja por ali perto de sua escola.Não aguentava aquele badalar enjoativo, ardido, irritante. Seu maior desejo era que algo explodisse em mil pedacinhos aquele maldito sino que anunciava a cada hora que sua sentença de destino estava determinada e não iria mudar.

- Destino. Puff... O que podemos fazer contra ele? - Serena pensava, sozinha, sentada num tronco de árvore que funcionários do colégio haviam derrubado e não deram-se ao trabalho de tirá-lo dali. Gostava do tronco, trazia-lhe o pouco de paz que não sentia em lugar algum, perto de pessoa alguma.

Passou-se 2h desde então, quando novamente badalou-se o sino. Pássaros começaram a agitar-se, o vento soprava forte, trazendo a poeira que encontrava-se no chão, seguindo junto ás folhas que caíam das árvores.Serena começou a sentir-se estranha, um calafrio contornou seu corpo, e junto dele o vazio a dominava.Seu olhar fixou-se em uma árvore próxima dali, alta, verde e velha, e junto dela havia alguém que estranhamente mexia com seu interior supostamente vazio.
Ele era alto, porte médio, cabelo liso preto, olhos verdes hipnotizantes,que causavam-lhe arrepios intensos em que serena perguntava-se o motivo e a circunstância para tal sensação.Era fascinante.Não conseguia desviar seu olhar, apenas queria aproximar-se,tocar, sentir... Saber que ele era real.
Deu-se o sinal para início das aulas, todos corriam para suas devidas salas, enquanto Serena caminhava devagar e sem vontade, com a figura que vira até o momento atrás em seus pensamentos.


[ ...]



Natalia Mendes.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Cogumelo. ( Parte II )

[...]
Cassie não gostou de ter ouvido aquela frase. Realmente estava assustada, com o local, com o ar... Com o gnomo, que agora aparentava ter trocado de aparência repentinamente...Ficara mais tenebroso do que Cassie sempre achou.
Andaram até atrás de sua pequenina casa feita de folhas e galhos que caíram das grandes árvores negras, rodada por um médio jardim de cogumelhos e flores que nunca tinha visto em sua vida.Eram de todas as cores, inclusive, os cogumelos...Mas apenas um chamara realmente sua atenção.Era um cogumelo pequeno... Um pouco prateado.Parecia que ele a chamava a cada olhada desfarçadamente que Cassie apresentava.Thirpotts, por sua vez, percebera que a garota não conseguia parar de dar uma certa atenção especial ao cogumelo.Seu plano estava lançado, ele tinha voltado aos velhos tempos.Só que, desta vez.. Havia algo diferente.

- Lindo, não? - Perguntou a garota, sorrindo.
- Sim, aonde o conseguira?
- Foi a muito tempo, minha criança.Ele faz algo especial...Que você nem imagina.
- O que ele faz, me conte. - Cassie dizia, afobada.Thirpotts seguiu até o cogumelho, desembaiando um pequeno canivete.Cortou um pequeno pedaço, não mais que o necessário, dando a Cassie.
- Vamos, coma.Assim verás o que realmente estou falando.
- Acha que vou cair nessa? Não gosto de Alice no país das Maravilhas, meu caro amigo. - Respondeu, desconfiando das verdadeiras intenções do gnomo.
- Você que sabe, minha querida.Todos que experimentaram de minha pequena preciosidade não se arrependeram.

Cassie por um segundo pensou em voltar atrás em sua decisão.Ficou a encarar o pequeno gnomo que sorria graciosamente para ela, até chegar a um veredito.Não resistiu.Sua curiosidade era maior que sua certeza, acabou por aceitar o convite do pequenino, e comeu o pedaço de cogumelo, quase engasgando.
- Agora me conte o que ele faz, pequeno gnomo. - Perguntou mastigando o resto de cogumelo que tinha em mãos.
- Bom, eu o ganhei a séculos atrás.Naquela época, este local, era habitado por muitas crianças...De praticamente todas as idades, e quem sabe, até em sua forma adulta...Gostava de brincar com elas, aprender sobre seus sonhos...Suas histórias, suas vidas.E ainda mais, de vê-las agônizando no chão, enquanto seus sonhos eram arrancados grosseiramente de si mesmas. - Disse Thirpotts, entregando o jogo.Infelizmente, era tarde demais.Cassie começara a sentir pontadas muito fortes em seu coração, dores em sua cabeça, sangramentos em seus olhos...Sentia um pedaço de sua alma sendo arrancada a garfadas de seu corpo.. Era dor demais...Thirpotts, que havia sentado ao lado de Cassie, começou a observar a garota, atentamente, continuando com sua história.
- Este cogumelo, tem o poder de arrancar os mais doces sonhos secretos de quem o prova, assim, trazendo-os para mim.Faço coleção deles, é um hobbie. - Começou a gargalhar fortemente, alcançando seu pequeno canivete novamente. - Uma pena que você tenha abandonado sua crença infantil, ela era mais doce do que isso que você adota de crença agora.Deveria ter trazido você aqui a anos atrás. - Gritou, fazendo pequenos cortes em Cassie, que mais pareciam arranhões...Cassie os sentia como se estivessem arrancando uma de suas pernas.. Era muito forte.Começou a sangrar mais e mais, não entendia o porquê de ter caído na armadilha do gnomo diabólico.Tentou recobrar sua consciência.Respirou fundo, pensando em algo a fazer.Assim que olhou o cogumelo, tentou esmagá-lo com um soco.Infelizmente estava muito fraca para tal, não conseguia se mexer direito.Tentou novamente, e quando Thirpotts percebeu o plano da garota, partiu para cima.Subiu em seu rosto, furando seus olhos. Cassie não aguentava mais, ainda mais agora que seus olhos haviam sido furados.Ergueu sua mão, e agarrou Thirpotts, conseguindo lançar-lhe contra uma árvore.Golpe de sorte, ficou inconsciente no mesmo instante.
Cassie tentara novamente esmagar o cogumelo, mas não conseguia achá-lo.Não via nada...Todas as feridas doiam, seu coração quase não palpitava mais.Arrastou-se ao lado oposto, tentando levantar...O máximo que havia conseguido fora equilibrar-se em seus joelhos, tentando apalpar a terra.. em busca do cogumelo.Arrancava todos que conseguia encostar suas mãos.. até que, por fim, arrancou o cogumelo pela raiz.
Thirpotts que era ligado ao cogumelo,sentiu-se muito fraco...Sangrava, assim como o cogumelo.Cassie em uma tentativa de salvação, começou a arrastar-se pela floresta gritando por socorro.Ninguém a atendia.Estava desesperada.Acabou por cair em um buraco, um pouco fundo, apertado...Thirpotts que havia seguido a garota, quase em mesma situação, gritava diabolicamente por seu nome.Assim que percebera que Cassie estava no buraco, num último suspiro de força, conseguiu que uma pedra caísse no buraco, esmagando Cassie por inteira.Ele havia cutucado um Javali que estava adormecido, tal acabou por sair correndo, fazendo com que a pedra caísse no buraco.
Thirpotts que estava muito fraco, cortou seu dedo e bebeu seu próprio sangue.Gnomos tem poder auto-curativo em casos de extrema necessidade.Caiu na grama, ficando imobilizado por alguns minutos.Assim que abriu seu olhos, sentiu toda sua energia renovada, em um pulo, estava em pé, gargalhando e cantando sobre sua vitória por sair de mais uma dessas.


- Nem tudo que parece é, garotinha.Mais cuidado da próxima vez.Bom...Se houvesse próxima vez - Dizia gargalhando.




Natalia M. ( Nina )

terça-feira, 3 de março de 2009

Cogumelo. ( Parte I )

1986.
Cassie era uma garotinha normal, como todas de sua idade. Não separava-se de seus pais, apenas quando eles tinham que trabalhar e inevitavelmente deixá-la com a babá que não era muito gentil.Bárbara era velha, gorda e tinha um mal hálito que Cassie prendia a respiração para falar com ela.Odiava isso, queria estar sempre com eles.
No mesmo mês, acontecera um acidente de carro na avenida principal próximo a sua casa.
Ela nunca mais vira seus pais novamente.Lamentava-se todos os dias por não estar naquele carro junto a eles.
Três anos se passaram após o grande acidente.Cassie foi mandada a casa de seu tio Benjamin, um velhinho gentil que morava em um cazebre próximo a uma floresta não muito amigável, em Ballybofey.A casa não muito grande parecia confortável aos olhos de qualquer pessoa.Um local pequeno, com a mobilia o mais mágico possível.Era uma pena que todo aquele cenário de contos de fada viria a se transformar em um verdadeiro pesadelo assim que uma grande lua reinasse nos céus, tomando o lugar do sol por algumas horas.Quando tudo ficava em silêncio, concentrando-se bastante, podia-se ouvir o sussuro dos gnomos que seu tio afirmava existirem próximo ali, na floresta ao lado. Cassie nunca se aventurara a entrar lá, tinha medo de não conseguir achar o caminho de volta, assim como em João e Maria, só que sem madrasta má e migalhas de pão.Ela gostava muito de histórias infantis, mesmo que, não estivesse mais na idade de ler histórias para dormir.Cassie acreditava que a essência dos livros continuava a partir do momento que a pessoa estivesse disposta a preservá-las dentro de si, e era assim que formavam-se grandes contadores de histórias.Seu tio Benjamin era dono de histórias incríveis, que deixavam seus olhos a brilhar, dando asas a imaginação.
O tempo passou e Cassie foi perdendo o medo pela floresta que atormentava ás vezes seu tranquilo sono.Não ouvia mais os tais gnomos de seu tio, estava perdendo sua essência infantil.
Não ligava mais para toda a crença que tinha quando criança, julgava babozeira no momento.Entrou em sua fase adolescente, apenas queria viver e sentir tudo ao extremo. Garotos, shows, amigas, sexo...Era apenas o que ela queria conhecer no momento. Não dava a mínima para todo o resto.
Um dia chegou em casa após o colégio, não aguentava mais aquela rotina escolar, achava tudo aquilo desnecessário, um saco.
'- Eu apenas quero dormir!' - Dizia enterrando a cara no travesseiro.
- Posso ajudar-lhe com isso, pequena garotinha.

Cassie não sabia de onde era aquela voz um pouco fúnebre, assim que ouvira levantou sua cabeça do travesseiro, ficando alerta para qualquer coisa que pudesse se mexer bruscamente.
- Não é necessário ter medo, sou amigo. - Continuou dizendo a voz.
- Ok. Apareça.Não estou vendo você. - Cassie disse suspeitando da voz, que não era nada amigável quanto dizia ser.
- Mas eu estou aqui, na sua frente. - Disse um homenzinho pequeno, com uma roupa listrada e gorrinho verde.Cassie olhou para ele indignada, pensando em uma explicação lógica para tal.Era tão pequeno, não deveria ter 10cm de altura, seu rosto era um pouco bizarro, com um sorriso estacado em tal.
- O que seria você, estranha criaturinha? - Perguntou levantando levemente sua sobrancelha esquerda.
- Oh sim, perdoe-me aparecer desta maneira, sem me anunciar antecipadamente. Sou Thirpotts, o gnomo.
- Mas gnomos não se vestem de verde? Pensei que fossem diferentes. - Disse Cassie, analisando o pequeno detalhadamente.
- Histórias infantis distorcem a verdade, minha cara.Nada é como aparenta ser. - Afirmou tenebrosamente.

Após muita conversa e esclarecimentos, Cassie começou a gostar de Thirpotts.Ele era divertido e muito sábio, apenas lamentava sua cara fúnebre e bizarra.Não ligava mais, como ele mesmo havia lhe dito uma vez ' Nada é como aparenta ser'.Certa vez, ele a convidara para ir até sua pequena casa, no meio da floresta.Cassie ficara com um pé atrás perante ao convite, mas depois de muita insistência da parte do gnomo, ela acabara aceitando o convite.
Na manhã seguinte entraram na floresta. Cassie havia matado aula, não estava dando a mínima para o que poderia acontecer.
- Que floresta mais... estranha. - Dizia sentindo o ar mortuário que saiam das árvores, era praticamente noite de tão escura e fria que era.
- Acalme-se minha querida, é apenas uma sensação ruim... Mais á frente melhora.

Thirpotts estava quase chegando próximo a sua pequena casa, quando percebeu que Cassie estava começando a se questionar perante a floresta. Ele não era tão divertido e bom quanto Cassie imaginava.No passado, era um gnomo muito psicótico, gostava de capturar crianças que por ventura se perdiam dentro de uma floresta onde confundia seus sentidos se não houvesse muita atenção no caminho.Achava divertido o fato de vê-las agônizando após comer um pedaço de seu cogumelo especial. Não era muito grande, e muito menos vermelho com bolinhas brancas, assim como eram representados nos tradicionais contos de fadas repassados de geração á geração, era branco, pequeno... Nada atraente.Mesmo com todas as descrições menos suculentas possíveis, Thirpotts ainda conseguira fazer todas elas provarem do tal cogumelo.
Assim que, colocavam na boca o pequeno pedaço, Thirpotts transformava-se numa criatura terrível, estranha... Mudava completamente.Sentava-se ao lado de sua vítima, a observando de perto.. Quem sabe, ás vezes, arrancar um pouco de sangue ou pele.. Ele adorava fazer isso, sentia-se aceso por dentro.

- Finalmente chegamos! - Disse ele.
- É aqui? - Perguntou a menina, um pouco assustada com o local.
- Sim minha criança...Tenho algo a mostrar. Venha, venha... É por aqui.

[...]




Por: Natalia M. ( Nina )

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Killer.

Lary e Peter conheceram-se em Outubro de 1991.Peter observava Lary a algum tempo, no local onde ela trabalhava.Lary trabalhava na biblioteca do colégio, não era o melhor trabalho do mundo, mas ela gostava do que fazia.Tinha amizade com todos, incluvise com alguns alunos que frequentavam o local ( baseia-se em nerds, e todo o pessoalzinho estranho da escola, já que a elite popular do colégio não passava nem perto da porta ).A biblioteca era um lugar estranho, no qual chegava-se a ter um pouco de medo.Tinha grandes estantes empoeiradas, corredores longos e estreitos... Escuro.Após ás 15h30 da tarde, o local começava a ficar pior do que se imaginava.Mesmo com uma boa iluminação, ficava com um ar fúnebre.Os funcionários que trabalhavam lá conseguiram convencer a diretoria do colégio a deixá-los trabalhar até este horário, pois era em vão ficar lá até depois das 15h.Ninguém tinha coragem de passar por lá.
Peter, nunca foi um bom aluno.Não se preocupava com os estudos, não tirava boas notas...Só sabia jogar no time de futebol do colégio.Frequentava regularmente a sala de detenção, pois não conseguia ficar um segundo sem arrumar encrenca com alguém.
Sempre que conseguia, após o horário escolar, passava na biblioteca para fazer hora.Ele não gostava de livros, de bibliotecas, ou lugares com aquele ar bizarro que chega a dar um frio na barriga.Mas sua vontade de ficar olhando para a bibliotecária era maior que ele.
Lary tinha longos cabelos loiros, olhos castanhos, mas um castanho que brilhava num tom avermelhado.Sua estatura era mediana, não era gorda, e nem magra.Era perfeita em sua visão.Ficava irritado pois não conseguia chamar a atenção da moça, ela nem o olhava.
'Como ela não percebeu minha presença ainda? ' - Pensava, indignado.Peter fazia parte da elite escolar, todos sabiam quem eram.Não gostava da idéia de que a garota por qual estava interessado não fazia noção nem de sua existência.Então decidiu conversar com a moça no dia seguinte.
Ela por sua vez, era uma pessoa muito desligada.Não lembrava das coisas, não prestava atenção em quase nada e nem em ninguém.Sua vida era monótona e sem graça, não fazia nada aos finais de semana, não tinha amigos.A única coisa que ocupava um pouco de seu tempo, era ir ao colégio e depois trabalhar na biblioteca.Voltava pra casa, tomava seu banho e ia para sua cama sonhar com uma vida que para ela parecia muito distante de sua realidade.Ela não acreditava na mudança, pensava que aquilo seria pra sempre.
No dia seguinte, enquanto lia seu novo livro sobre ' Técnicas de tortura da Ditadura Militar' um cara veio chamar-lhe a atenção.Lary parou por um instante, encarando o sujeito nos olhos, se perguntando :
'Ok, o que esse cara quer aqui?'
Ela não sabia o motivo, ele era da turma dos 'legais e populares' não poderia estar interessado em algum livro. 'O que deseja?' - Perguntou ao rapaz.
'Bom, eu estava...Hum.' - Disse gaguejando, tentando continuar a frase.
'Eu estava querendo algum livro que pudesse me ajudar em matemática.' - Afirmou.
Lary se assustou.Por um segundo ficou encarando o garoto, pensando na possibilidade dele estar brincando com sua cara.Levantou-se, deu a volta no balcão e pediu que ele a acompanhasse até o corredor de exatas.Subiu a pequena escadinha de madeira, tentando alcançar os livros da ultima prateleira.
'Bom, eu acho que este livro vai poder ajudar você, já vi diversas pessoas o levando para casa.' - Disse ao garoto entregando o livro.
'Oh sim, obrigada.Levarei este então...Inclusive, meu nome é Peter.Eu jogo no time de futebol do colégio.' - Respondeu pegando o livro.
'É, eu sei quem você é.Bom, mais alguma coisa?' - Disse indiferente.
'Não, acho que é só isso.'

Os dois seguiram até a recepção, Lary fez o registro do livro, e entregou a ele.Peter ficou a encarando, tentando puxar conversa.Mas pela primeira vez, ficou com um pouco de receio, nenhuma garota até então havia lhe respondido com tanta frieza assim.Pegou seu medo e o engoliu.Tentou puxar conversa novamente com a garota.De primeira, ela recusou-se a tentar estabelecer um diálogo com Peter.Não conseguia achar algum motivo relevante o bastante para explicar o motivo daquela pessoa estar tentando ser por cima um colega de escola.'O que ele pode estar querendo comigo?' - Pensava, mas não achava resposta alguma.
Depois de três semanas, Lary sedeu e virou amiga de Peter.Os dois passavam o tempo todo na biblioteca, conversando coisas que seriam inúteis para aprender-se alguma coisa, mas que divertiam muito.Até que, um dia, Peter chamou Lary para sair.Ela recusou de primeira, mas depois dele ter insistido tanto, ela se deu uma chance de viver alguma coisa.Saíram em uma sexta-feira, foram até o cinema.
Peter estava contente por ter conseguido fazer com que Lary aceitasse seu pedido, não aguentava mais aquela situação de 'mimimi, você é minha amiga'. O que ele mais queria mesmo era ter alguma coisa com ela.Não sabia se era algo a mais do que apenas uma transa, mas ele queria logo que acontecesse, nem que pra isso ele teria que pedi-la em namoro.
Dentro da sala de cinema, ele tentou beijá-la, mas Lary não deixou.Ficou com medo, nunca tinha ido á um cinema com um garoto.Ela sabia que caras como ele na maioria das vezes só queria brincar com meninas que aparentemente pareciam bobas.Tinha medo de estar sendo enganada, de se iludir, de se magoar.Passaram a sessão inteira no jogo de 'gato e rato', onde Lary sempre fugia.O filme terminou, e Peter não havia conseguido nada.Enquanto caminhavam até a casa de Lary, Peter perguntou se ela tinha medo de se aproximar dele.Lary não sabia como dizer a ele, mas por dentro sabia que sim.Fixou seu olhar em Peter, e com a cabeça acenou dizendo que sim.Neste momento, ele parou enquanto ela continuava andando.Lary percebeu que estava caminhando sozinha apenas quando virou a rua, e não viu Peter ao seu lado.Deu meia volta e retornou até o local.
'Por que você parou de andar?' - Perguntou com medo da resposta.
Peter a encarou, se aproximando aos poucos.Chegou a uma distância relativamente próxima a Lary, quando a agarrou e deu-lhe um beijo de 'tirar o fôlego'.Ela ficou assustada, começou a tremer, não sabia se iria conseguir parar tudo aquilo.Desistiu.Se entregou totalmente.

Os dias se passaram e Lary e Peter estavam cada vez mais próximos.Peter estava realmente gostando de Lary, já não queria só tirar proveito.Não conseguia ver nenhum cara conversando com a garota, que logo se irritava.Achava que todos estavam tentando tirar proveito de sua namorada.Seu ciumes começou a tornar-se tão obcessivo que chegou a bater em alguns deles, onde até foi preso.Peter bateu tanto em Micke, que este chegou a desmaiar, tendo uma hemorragia forte, parando no hospital.Lary já não aguentava aquela situação, não aguentava ver seu namorado espancando a todos por conta de 'bom dia' que recebia.
Tentou conversar com Peter, mas este não teve efeito.Peter que havia ficado irritado com o depoimento da garota, lhe deu um tapa no rosto.Lary começou a chorar, não acreditava que Peter havia feito aquilo.Ele, por sua vez, arrependeu-se no mesmo instante de ter encostado em Lary, e tentou abraçá-la.Lary não deixou, estava assustada.Pegou suas coisa, foi embora para casa.
Naquela noite chuvosa,Lary não conseguia parar de chorar.Peter ligava de 5 em 5 minutos em seu celular.Ela não atendia.
Escreveu uma carta endereçada a Peter, e pediu que seu vizinho a entregasse em sua porta.

'Peter,

Amo você.Mas não aguento esta situação.
Você é doente, deveria procurar um médico.Sua agressividade e possessão estão destruindo o cara que conheci a meses atrás...Você mudou tanto, que não te reconheço mais.
Perdoe-me, mas é demais pra mim.
Espero que você se cuide, e seja muito feliz.


Lary.'

Peter leu a carta.Não conseguia parar de chorar, não entendia o porquê de tudo aquilo, não entendia porque havia mudado tanto com todos, mudado sua vida, mudado com Lary.Ele se culpava pelo acontecido, afinal, a culpa era dele.Passou-se algumas semanas, e ele tentou se redimir com Lary, mas nada era suficiente o bastante para apagar todo o mal que ele tinha causado a garota.Seu ciúme ia aumentando, sua raiva também.Não conseguia fazer outras coisas, largou o time de futebol, não ia mais a escola...Apenas á biblioteca.
Lary não aguentava mais aquela perseguição.Peter a seguia, a observava todos os dias, ele estava doente, possesso.Ele não era mais ele.
Estava começando a ficar com medo.Foi a delegacia, fez uma denuncia.Peter foi preso, mas, a polícia não havia achado nenhuma prova concreta contra ele, então o liberou.
Peter viu-se transformando em um monstro.Agora a única coisa que ele queria era Lary, apenas ela poderia o curar.Então fez um plano.

Após o itinerário da biblioteca, Lary foi para casa.Era um dia frio, escuro...Uma sensação terrível.Tinha a sensação de estar sendo seguida, porém, não via ninguém.
Peter conseguiu alcançar Lary, agarrando-lhe pelas costas, fazendo com que a garota ficasse imobilizada, sem reação.Então, aplicou-lhe anestesia, fazendo com que apagasse no mesmo instante.
Lary acordou amarrada e amordaçada em uma cama.Não reconhecia o local, nunca tinha visto aquele quarto horrível, escuro...Com ar mortuário.Peter apareceu logo em seguida, olhando carinhosamente para ela.

'Agora nós vamos ficar juntos pra sempre, amor' - Aproximou-se da garota, fazendo-lhe carinho no rosto. Lary não conseguia parar de chorar.Peter ficou irritado, e acabou dando-lhe um soco.
' Pare de chorar! Você foi feita pra mim, fato.Nosso destino é ficarmos um com o outro para sempre' - Dizia, com uma voz doentia.Lary percebeu que ele não havia apenas lhe dado o soco, assim que conseguiu mover a cabeça para olhar os pés, viu diversos cortes em todo seu corpo.
Não acreditava em tudo que via... A situação insposta, toda aquela situação doentia.
Lary chorava.
Peter, pedia para que a garota não chorasse, e nem se desesperasse...Ele não 'queria' fazer mal a ela, ( pena que na consepção dele, mal tinha outro sentido ).
'Se você voltar pra mim, eu solto você. O que me diz?' - Tirou a mordaça.
'Nunca.' - Gritou Lary, cuspindo em sua cara.

Ele se irritou.Pulou em cima da garota. Ela gritava, ninguém ouvia.Peter a estuprou, enquanto ela chorava, gritava...Suas feridas, sangravam.Ele irritou-se mais uma vez...Espancou a menina.
Lary, cansada, dolorida...Invadida, já não tinha mais força para gritar por socorro...Desistiu.
Ainda viva, Peter começou a cortá-la...arrancou-lhe os pés, multilou seus seios... cortou sua língua.Estava quase morrendo.
' Nós vamos ficar juntos pra sempre, amor...Você verá, você verá' - Repetia a todos os momentos.
Assim que Lary morreu, Peter cortou seu corpo em pedaços, separando os membros, limpando por dentro.Havia sangue por toda parte, no quarto todo.
Colocou os pedaços dentro de um baú, onde levou pra casa. Sua cabeça, colocou dentro de um vidro, onde ela olhava pra ele... Num olhar vazio, um olhar de tristeza.
Peter colocou ao lado de sua cama, e o baú aos pés.Ninguém nunca mais o viu, nunca mais apareceu.Agora ele se mantinha dentro de seu quarto, não comia... Não bebia.
Todos se perguntavam aonde poderia estar o casal, ninguém tinha a resposta...


E uma voz, ao final do corredor... Vindo de um quarto escuro, trancado, dizia.

' Eu disse que iriamos ficar juntos pra sempre, não disse?'


Por: Natalia M. ( Nina )

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fangirl.

19h45.
Cansada.
Ela tinha 16 anos, largou a escola, era dependente de drogas.
Sua mãe, uma velha alcóolatra, não se importava com Alice...Ás vezes até esquecia que ela realmente existia, achava que eram coisas de sua mente.
Seu pai, foi embora quando tinha 3 anos apenas, nunca voltou...Nunca mandou notícias, nunca se importou.
Nada mais fazia sentido, para ela nunca fez.
Conhecia todos os caras do pedaço, frequentava casas de show de rock, vestia-se fora do padrão da sociedade... Era uma largada, esquecida por Deus e todos os santos.Tinha duas amigas, que não eram realmente pessoas com quem se aconselharia conhecer.Não tinham nada, apenas a obcessão por alguns caras de uma banda, que recentemente começou a fazer sucesso.Isso as mantinham vivas, mesmo que não fosse um movito pelo qual alguém se animaria.
Alice não achava certo.Nada em sua vida era certo.
'E quem realmente se importa com isso, Alice?' - Diziam as duas meninas.
Ela não gostava daquela sensação, não gostava do cheiro... Não gostava da situação.Não tinha pra onde ir, vivia de favor na casa de alguns amigos, não tinha endereço fixo.
Passou a viver na noite, atrás de estrelas do rock, para conseguir alguma coisa, nem que fosse um pouco de popularidade. Estava se acostumando com a condição imposta, agora ela sabia as regras.
Um cara, sua obcessão, seu definhamento.
Ele a tratava como um nada, apenas mais uma fangirl com seu amor doentio tentando se agarrar a algo.
' Elas atrapalham minha carreira, minha vida' - Dizia ele aos companheiros de trabalho, que de certa forma o entendiam.
' São oportunistas, umas coitadas' - Concordavam todos.

Era a noite do show.Todos estavam aguardando anciosos.
Do lado de fora, todas as garotas da cidade em seus habituais grupos, esperando suas 'vidas' aparecerem.Era uma cena deprimente.
Do outro lado da rua, pessoas se drogando, caras assaltando, mendigos, e aquela multidão de garotas que mais pareciam prostitutas.
Tão vazio, sujo... Passava -se na mente de qualquer pessoa ao olhar aquela cena deprimente.
Talvez realmente fosse deprimente.
Alice estava ali, parada bem na porta...Esperando o tão requisitado Cash, vocalista da banda do momento passar.Por dentro, ela sentia algo estranho...Desta vez, não era uma sensação familiar.Sentia toda uma tristeza invadir seu interior, atingindo os pontos mais afastados de sua alma, fazendo-na querer sentar e acabar-se em lágrimas.
'Por que...' - Pensava, tentando impedir as lágrimas.
Não havia resposta, explicação.Ela não conseguia encontrar nada.
Saiu sem pensar duas vezes, para um beco atrás da grande casa de show. Queria ficar sozinha, longe de tudo aquilo em que ela vivia... Queria fugir, queria mudar.
Era um beco escuro.Sujo, com ratos divertindo-se na lata de lixo, haviam encontrado alguns restos de comida. Alice lembrou-se que não havia comido nada o dia inteiro.
Olhou para o céu.Escuro, acinzentado... Sem nenhuma estrela visível.Era uma cidade estranha, ruim... Poluída.
De repente, uma porta se abre bem ao seu lado...Sai uma pessoa, exaltada, ofendendo a todos.
Ela não entendia mais nada, começou a tremer...Não sabia quem era, e o medo daquele sujeito lhe fazer algum mal a possuiu.Ele encostou na parede, do outro lado do beco....Deixou seu corpo arrastar-se pela parede, até o chão.Entre a escuridão, percebeu que não estava sozinho.
Aos poucos, arrastou-se até a garota.Um foco de luz iluminou seu olhos, onde tais fluiam tristeza, agônia.Ele a reconheceu.Era a fangirl que tanto o perseguia.

'Por favor, não me agarre... Não encoste em mim. Não quero te fazer mal, apenas não estou afim de lidar com garotas como você.' - Disse a Alice.
Ela por sua vez, não entendeu o porquê daquela frase...Daquele aviso.Não respondeu, apenas o encarou por alguns minutos.
Nenhuma palavra.
Ele tomou coragem, e perguntou: 'Por que garotas como você são assim?'
Ela surpreendeu-se...Por um momento, não sabia o que dizer.Tomou fôlego, ergueu a cabeça e disse:

'' Porque garotas como eu, fodidas, arrumam em caras como você motivos para nos devolver o que não temos, aquilo que se chama de vida.''
Ele não entendia as lágrimas... Não entendia o vazio.



Por: Natalia M. ( Nina )

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Heartnet.

Ela não sabia o real motivo de ter tomado a decisão de um dia ter voltado aquele lugar...
Talvez um atrativo novo, com pessoas novas, um começo novo. É, talvez ela ainda tivesse a esperança de que desta vez seria diferente.
Um click.

' Fazendo Login... Aguarde.' Ela viu aparecer na tela inicial.
Assim que tudo havia carregado, viu um layout novo, com pessoas aparentemente interessantes aos olhos de outros, mas, não interessantes o suficiente para ela.Começou a rodar pelas páginas e mais páginas de tópicos, pensou: 'Omg, o que é isso?' Estava tudo diferente.Nada era como antes.
Uma luz se acendeu.Decidiu voltar.
Mesmo que tudo aparatentemente estivesse modificado, ela não conseguiu se entregar totalmente. Óbvio.
'E quem faria isso?' - pensou.Ergueu a cabeça, continuou com sua decisão.
Ao longo de todo o tempo em que havia passado naquele site, onde muitas coisas a fizeram mudar num passado onde fora obrigada a mudar bruscamente, acabou se envolvendo demais.
Ela não gostava da idéia de conhecer novas pessoas, de fazer a social, ser amiga ( ela nunca soube manter uma relação com os outros ). Talvez fosse uma maneira de se proteger, de se privar de cair e bater de cara no chão. Ela sabia que era errado, mas não se importava, de certa forma.
Seus pensamentos mudaram, ela amadureceu. Se deu a oportunidade de viver novas coisas, de conhecer outras vidas, de se apaixonar... De ter novos amigos. Por um breve espaço de tempo, ela realmente achou que tudo estava dando certo desta vez, mas, como nada é perfeito nesta vida, viu seu 'wonderland' se transformando por fim em um pesadelo.
Aonde estavam aqueles que aparentavam ser boas pessoas? Aonde estava o carater social? As experiências trocadas, tanto em off como on ( um termo, que para alguns é familiar, porém, ela nunca gostou dessa definição). Ela não entendia mais nada.
E como em um nevoeiro, com uma neblina mais grossa que Geléia de Cérebro ( uahsdua, não resisti ) tentou se reerguer mais uma vez e colocar um ponto final nesta história.
Ela decidiu que não ia mais deixar essa situação se prolongar, tudo se resolveria.Não irá mais fingir que suporta algumas pessoas, não é obrigada a aturar ninguém.
Não irá mais se deixar levar por aparências... E por quem sabe, talvez, aquelas pessoas que sabem falar coisas bonitas, mas que na verdade, não passam de mentirosas.
Ela não deixou a dor invadir seu corpo... Seu coração.Não desta vez.
Hoje, quem é seu ''amigo'', amanhã pode estar apontando uma arma, no escuro pra você.Ela sabia disso mais que ninguém.Nem todos são assim, não mesmo.




E por um pequeno espaço de tempo, ela se viu separando as migalhas no chão, escolhendo as boas das ruins... Ela dará um novo começo, pois agora sabe que este é o fim!




Autor: Natalia ( nina )

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

E quem disse que o mundo é justo?


Hoje bateu aquela vontade compulsiva louca de gastar dinheiro.Não consegui conter o vício, peguei um ônibus até o centro e parti ás compras.
Durante meu trajeto, minha cabeça começou a girar, a girar, e a girar... ( auidauihsiua, zueeira. 8D), e comecei a dar atenção á paisagem ao lado de fora, que aos olhos de quem não está acostumado, não seria nada normal.
Infelizmente, eu não via o que meus olhos realmente gostariam de ver.Pessoas de rua, deitadas em calçadas geladas e molhadas devido aos temporais frequentes, crianças pedindo dinheiro... Homens totalmente bebados mexendo com garotinhas que saíam do colégio... Uma cidade totalmente suja, em todos os sentidos.
Para algumas pessoas ( melhor dizendo, 90% da população mundial ), isso realmente não faria diferença. Mas pra mim fez.
Me senti mal ao ver aquelas pessoas, que provavelmente não tem quem olhar por elas.Não tem um prato de comida, não tem família.. Amigos.Ao contrário de mim, que sempre teve tudo, do melhor inclusive,e nem se quer alguma vez parou de reclamar sem motivos.É, as pessoas realmente não olham pros lados... E eu não sou a única a fazer isso.
Enquanto pessoas no mundo todo passam fome, não tem o que vestir, gente nojentinha como eu ( mentira,nem sou. akmsdkal ) fica por ai, gastando dinheiro só porque teve uma discussão com o amigo, ou com o namorado.
Muitas vezes, estas pessoas que não tem nada, se contentam com o pouco que possam vir a conseguir.Não sei justificar exatamente o motivo de haver tanta injustiça nesse mundo, e muito menos apontar culpados... Talvez, 'eles' estejam bem aos nossos olhos, talvez, 'eles' sejam todos nós.
E eu olho a uma pessoa... Sentada ao outro lado, olhando para uma janela, quando diz:

' E quem disse que o mundo é justo?'








Pois é, são pensamentos assim, que infelizmente movem o mundo.